31 agosto 2007

Mais uma verdade


Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.

Thomas De Quincey

27 agosto 2007

Eternidade da lembrança





Ah! Se tantas vezes meu coração sentiu frio

foi porque em meio ao vento

eu tentei me encontrar.

Por que acaba-se o vazio se na vida a gente erra tentando acertar?

Onde foi que eu deixei meu cio se em meio ao desafio

já não quero mais lutar.

Venha então, vamos ao rio

nos deixar como nos filmes,

cheios de encantos

esperando que o canto

venha nos arrebatar.

Voaremos para o mato, para a casa de campo

enlaçando nosso pranto

para nunca mais chorar.

E ouviremos melodias

em casa, de noite fria,

povoando a imaginação

adentrando a canção

com sorrisos e gemidos

com bolacha e chá quente

dentro do corpo da gente

feito um só coração.



24 agosto 2007

Vejo, ouço e choro I

23 agosto 2007

tempo leva o que me dói!

Sou poeta que não sou. Sou atriz que sou. Penso por mim e por tanta gente. Imagino coisas e coisas. Você me diz que são nóias. Pode ser, mas acho mesmo que têm fundamento.
Lembra quanto te disse do nó no peito? Pois é, ele existe. Ele prova que estou certa.
Já me disseram pra eu não ser assim, para eu deixar tudo acontecer naturalmente, pra eu ser menos ansiosa, pra eu confiar em mim, enfim, ser otimista. Fácil falar, quero ver fazer acontecer.
Hoje estou sorrindo à toa e nem sei porquê. Sei lá...O que me levou a sorrir tanto? Achar graça no nada, rir de tudo e rir muito de mim mesma? Cada coisa que passa em meu pensamento....
Acho que é um escape....
Gosto de relembrar os momentos felizes que hoje não existem nem têm jeito de existir. Momentos que me fazem sorrir.
Quando eu era adolescente(há muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito tempo!) eu fazia diários. Tenho coleções deles. Mais encrementados, mais simples, feios, bonitos, chiques, pobres....Acho que foi através deles que tomei gosto por ler mais, escrever mais e melhor.
Desde o grupo escolar(minha infância) eu adorava redações e leituras.
Hoje atrevo-me a compor ou a escrever histórias esdrúxulas(e arrisco também palavras difíceis)...

22 agosto 2007




"Se os olhos são espelhos da alma, o rosto é a moldura." Esta frase simples me deixa mais pensativa. Será que meus olhos dizem tudo isto mesmo? A moldura está ornando com o restante? A minha alma diz o que todos dizem pra mim? Não quero acreditar em tais frases(ditas).


Preciso perceber melhor os olhares de todos, e não vê-los com os meus olhos. Preciso ver e enxergar com os olhos do outro. Ainda é tempo. (?)


Não me ligo em muitos fatos e às vezes eles são importantes. Outras pessoas vêem e me contam. Mas eu custo a acreditar porque não estou vendo com os mesmos olhos. A percepção é fantástica!!! Quantas coisas podemos observar e perceber! A intuição é irmã da percepção e andam ligadas.


Hoje minha alma não diz claramente nada, não permito. Mas mesmo assim existem pessoas que percebem. Tenho que exercitar mais e melhor meu lado atriz. Farei um intensivo aqui em Pasárgada.


Quando estou triste, pra morrer de tristeza, as pessoas me acham mais bonita, é sinal de que minha atuação está ótima. Se mesmo atuando alguém percebe o que estou(tentando) esconder, preciso recuperar o aprendizado. E vai-se levando...


É...pensando bem, ao invés de ficar com os olhos abertos, definitivamente, preciso é ficar com os olhos bem fechados!






17 agosto 2007

A imagen do rosto - Rubem Alves





"O olhar de admiração para um quadro que pendurei na parede, eu o sinto como se dirigido para meu próprio rosto. Pois aquele quadro é um pedaço que arranjei de mim mesmo.


Isso é algo que os amantes frequentemente ignoram. Pensam que carinho são os gestos que um faz na pele do outro, ignoram que a pele não é o limite do corpo - que o corpo é muito maior. Porque os meus olhos vêem as estrelas, o meu corpo vai até elas. Os poetas sabem disso. Dizia Rilke: "Não se origina em vós, estrelas, o prazer que os amantes respiram no rosto da amada?" Os amantes fariam bem se deixassem um pouco a leitura dos manuais de acrobacia erótica e gastassem mais tempo na leitura dos poetas. Pois somente eles sabem que, para se acariciar o corpo da amada, é preciso acariciar primeiro a luz da estrela distante que brilha nos seus olhos. Encontra-se aqui, eu penso, a explicação para a morte súbita do amor - mesmo quando nenhum gesto rude e nenhuma palavra amarga tenha sido feito ou pronunciada. Basta não ver a beleza da estrela que mora dentro dos olhos...


Cuidado, portanto, ao andar em meio aos objetos que delineiam o rosto de uma pessoa. Ande no meio deles como num lugar sagrado. Abra bem os olhos. Espere que eles se revelem. Eles são tão misericordiosos quanto o corpo que os gerou: são seus filhos. Se não os compreender, faça silêncio. Lembre-se de que sua insensibilidade poderá ser perdoada, mas não poderá ser esquecida. E, sobretudo, lembre-se de que, sem que você queira e sem que você saiba, nos seus gestos para com os cenários de alma de alguém, invisivelmente, imperceptivelmente, vai se configurar também, no espaço, a imagem do seu rosto. E é essa imagem, somente essa, que pode ou não ser amada..."

15 agosto 2007

Semeadura

Falta-me inspiração pra tanta dor que há neste papel. No papel porque no coração não se acha mais remédio. Uma dor silenciosa que aos poucos corrói e traspassa tudo e chega ao âmago.
Voz calada, muda e amargurada. Canção silenciosa.
Imaginário sem olhares nem piedade.
Frutos de uma vida cheia de pensar, de amar e sonhos. Muitos sonhos.
Irreais ou não mas com metas distantes. Talvez inatingíveis.
O que mais me assusta hoje é saber-se amar.

08 agosto 2007

Escrevo-te

Escrevo-te,
para que servem as vírgulas os pontos finais

as interrogações?

se todos os pássaros se calaram lá fora,

se todas as ruas estão vazias

e agora os meus dedos só conhecem a monotonia

das letras a ordem mecânica do teclado,

verbos passado e futuro

que importa o presente?

se tudo à volta nos foge

para lado nenhum se agora todos os versos

começam e acabam em dolorosas sílabas

o que importa a poesia ou a forma do poema?

se não são braços para te abraçar

escrevo-te, e de que te valem estas palavras?

são lágrimas estas palavras, são nada.-

Susana A.

04 agosto 2007

175


Ainda hoje eu estava sentada na varanda, sentindo o vento bater em meus vestidos e eles levantavam sem cerimônias e eu me sentia corada....
Os pássaros e os carneiros vinham me rodear e falavam que o dia estava apenas começando e que eu teria surpresas.

Cadeira de balanço é sinônimo de nostalgia e então chorei....Saí e fui ver os peixes no lago. De pertinho...Coloridos me mostravam que a vida continua e que um dia tudo isso vai ter fim...

Ao entrar ouvi Chopin e Maria Rita. Assisti a um filme triste e longo e fui dormir mais um pouco."Dormir faz bem" , já me disseram um dia.

Sonhei com uma roda gigante, gigantesca! E ao som da mais bela melodia eu fui embalada até chegar a um lugar estranho...Estava cheio de pessoas famosas e chiques mas eu não estava me sentindo. Meu pensar era só um...

Dali eu fui parar em outro lugar com muito mais pessoas, mais ainda que no primeiro lugar e desta vez eu não estava preocupada com nada nem pensava em uma coisa só. Eu estava feliz e então....acordei!

Chegando à vida real eu sorria, sorria feito uma bobona e queria lembrar o que houve pra que eu melhorasse mas não consegui lembrar...

Só consegui sorrir e perceber que estava com amnésia...

02 agosto 2007

Eu quero, portanto eu faço

Por que tanta gente, apesar de estabelecer objetivos, não consegue dar o primeiro passo para concretizá-los?
Em grande parte, isso ocorre graças a uma das certezas mais arraigadas entre nós: a crença de que querer é poder.
Essa é uma idéia infantil. Basta olhar em volta e responder: será que milhões de pessoas miseráveis não querem muito ter ao menos uma pequena casa para abrigar a família? E óbvio que sim.
A afirmação querer é poder subentende um argumento perigoso: o de que nossos desejos têm, por si só, o poder de transformar o mundo. Levada às últimas conseqüências, essa idéia sugere que as realizações sejam construídas em um passe de mágica, como nos contos de fadas. O resultado disso é que as pessoas acabam investindo muita energia no plano do querer, a mesma energia que poderiam utilizar no plano do fazer.
Neste momento, estou empenhado em reescrever o livro Mistérios do coração. E tenho pensado muito nos motivos que levam tantas pessoas a estarem só e reclamarem tanto da situação. Ocorre que a maioria não consegue alguém para amar porque, em verdade, não coloca o amor como prioridade. Ainda hoje há mulheres que têm vergonha de mostrar seu interesse por um homem com medo de parecerem vulgares. Outras, na ânsia de se mostrarem decididas, continuam sem saber agir e acabam assustando seus pretendentes. Já os homens, ou se comportam como machistas que consultam a agenda, e não o coração, para escolher com quem vai se relacionar naquele momento; ou se retraem e ficam esperando que a mulher ideal caia no seu colo por obra do destino e do acaso, sem demonstrarem suas reais expectativas.
O querer, quando não está acompanhado pela determinação do fazer, gera apenas tensão. De nada vale desejar muito ter um parceiro, mas não fazer absolutamente nada além de querer. É preciso mais que querer para realizar. É preciso agir. Por exemplo, em vez de repetir “quero um namorado, quero um namorado, quero um namorado”, é muito mais produtivo dizer uma única vez “vou arrumar um namorado” e tratar logo de ir para a rua, encontrar amigos, conhecer pessoas, retomar contatos...
Para a carreira, vale a mesma perspectiva. Você se sente infeliz, sem a devida valorização da empresa. Então, avalia que a solução está em mudar de área ou até mesmo de emprego. “Preciso de um novo trabalho” vira um bordão em sua vida, uma idéia fixa. Ainda assim você não faz nada de prático para transformar a situação, além de desejar muito uma nova atividade profissional. As metas devem ser estabelecidas e atingidas, e não cultivadas e admiradas. De nada adianta imaginar como é ter algo sem sair do lugar. O melhor, portanto, é trocar o verbo. Em vez de “querer é poder”, diga apenas: “fazer é poder”. Esse é o verbo do verdadeiro vencedor. Os vencedores decidem, planejam e realizam. Eles partem para a ação. Você tem de entregar um trabalho em seu treinamento? Então, faça-o. Não perca tempo com perguntas inúteis: “Será que eu posso entregar mais tarde, será que eu entendi o que é para fazer?” O tempo que você gasta nisso fará falta mais adiante.
Aprenda a se concentrar no que está fazendo. Para sair do marasmo, da inércia, a melhor medida é manter concentração no aqui e agora. Agir como o jogador que entra para disputar uma final e quer sair dela com a vitória. E para tanto, fica dividido. Ele sabe o que precisa fazer e entra para dividir todas as bolas. Sua energia é desperdiçada quando você trabalha pensando nas férias e depois sai para o descanso pensando no trabalho. Concentrar esforços é fundamental.
Poder é ser dono de sua atenção.
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(Roberto Shinyashiki é escritor e conferencista - http://www.shinyashiki.com.br/)