29 dezembro 2006

Até um ano que ano seja


Mais que um ano que termina
Vem aí uma triste sina
Sem que ao menos poderia
Ficar sem você um dia.
.
O que adianta fechar os olhos
Tentar ser feliz e rir
Voltar ao passado e partir
Se nada do que faz é conseguir.
.
Ainda restam os pedaços
As tiras e fiapos
Para fazermos em retalhos
De nós mesmos descalços.
.
Solidão que se atira
Na sua frente e te mira
Sem vergonha ou coragem
Para aliviar sua bagagem.
.
Além do oceano e do mar
Cheio de peixes e cinismos
Com angústias e cantar
Buscando ser outro delirar.
.
Olhos fechados em cegueira
Deixam-nos tontos em tonteira
Partidos em pensamentos
Consumidos pelos tempos.
.
Ignorantes de nós mesmos
Fingidos em outros ventos
Cotados em frustrações
Experimentando soluções.
.
Neste ano que se aproxima
Apresentando uma rotina
Em cenário de palhaços
.
Cortando nossos laços
Amadurecendo sem esforço
Enfraquecendo o pescoço
.
Vibrando pelas desgraças
Querendo ser mais sem graça
Optando pela utopia
Vivendo de fantasia
Sem ao menos saber
Que quem amou um dia
Não deixa transparecer.

27 dezembro 2006

Questionário adaptado

1. Qual sua maior dificuldade?
Falar em público.
2. Descreva-se.
Alguém que tenta ser melhor.
3. O que as pessoas acham de vc?
A maioria me acha sincera.
4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?
Conturbador.
5. Descreva seu atual relacionamento amoroso.
Sem palavras.
6. Onde queria estar agora?
Numa praia.
7. O que pensa a respeito do amor?
Tudo de bom que existe.
8. Como é sua vida?
Uma gangorra.
9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
Paz.
10. Escreva uma frase sábia.
"Há tempo para tudo nesta vida."
11. Agora se despeça.
Até mais ver.

22 dezembro 2006

Presa


Cadeias me prendem a você
Nem sei o que tem haver
Um minuto sorrindo
Dois dormindo
E pela terceira vez amar seu parecer.
.
E num ato de amor
Cheio de melancolia
Numa cama quase fria
Adoeço feito trovador.
.
Tranco a porta para deitar
Ouço música para ninar
Canto ao som de luar
Paro sem antes parar.
.
Visto a camisa de seda
Amarroto a poeira preta
Giro bem a maçaneta
Corto a luz ultra-violeta.
.
Inspiro e sinto o mal
Retiro o avental para fechar
Debruço no umbral
Merecendo um pouco de doar.
.
É difícil caminhar
Numa noite sem luar
E mesmo assim
Quero viver, sonhar
.
(com alguém)

20 dezembro 2006

Retrato retratável


Sonho de uma era
Sem eira
Nem algibeira
Contando os passos
Quebrando o muro
Cortando os laços
Prevendo o futuro
.
Fomes, misérias e
um pouco de tudo
Destruindo lares
Morando em viadutos
Cheios de pesares
.
Criando expectativas
Mais mortas do que vivas
.
Fugindo da realidade
Fingindo ter bondade
.
Iludindo o seu olhar
Comparado ao luar
Numa sina maldita
Com educação restrita
.
Cheio de dor
Faltando-lhes amor
.
E o amor,

o que é?

17 dezembro 2006

parto partir


há em mim uma tristeza profunda
não sei se daqui um minuto ela passará
nem tampouco quero saber
o que me dói?
sei lá...
deve ser a noite mal dormida
ou a insônia perdida
dentro desta casca
fazia tempo que não me sentia assim:
fora de dentro, fora de mim
ancorada em meus pensamentos
e solta no meio do universo
uma pontada de infarto
um colapso de agonia
todos os sintomas
desta vida fria
jogada de um lugar
que ainda lembro
como se eu soubesse relembrar
cheia está de tudo
que me cerca
pedindo um bocado disso
ou daquilo
ilusão ou alusão de um amor
que em meio as batidas
não chora, mas sente, na despedida.
.


15 dezembro 2006

antes e depois



Antes eu pensava em você
Depois também.
Antes eu não tinha esperanças
Depois também.
Antes eu dava mais carinhos
Depois morreram.
Antes eu escutava meu coração
Depois também.
Antes eu o achava lindo
Depois não mais.
Antes você me abraçava
Depois nem tanto.
Antes era só presença
Depois também.
Antes eu o amava
Depois também.

13 dezembro 2006

Brincando


Brinco com as palavras como se elas fossem de brincadeiras.
Elas não são.
Por isso e por outros vivo escrevendo.
Vivo, não morro.
Morrer a gente já morre a cada segundo:
Ontem eu morri de amor,
Hoje cedo de sono,
Agora à tarde de tristeza
E neste exato momento estou morrendo novamente
Mas não me pergunte o motivo...
.
(cabelos negros iguais da Branca de Neve, só falta o príncipe. rsss)

12 dezembro 2006

HOJE com sol


sol
praia
ai
a
so
la
o
sol

10 dezembro 2006

Radar


Ondas que batem sem acender a chama
Vibram com as energias do vento
Falam como palavras sem acento
Gritam como sussurros em plena cama.
.
Imaginação que se perdeu
Chega devagar sem dar conta
Que o vilão daqui sou eu
E que sempre tudo apronta.
.
Leve! Leve-me mar!
Para longe, bem longe do radar
Aonde os sinos e os faróis
Tomam conta de todos nós!
.
(rodando no radar do rádio...)

07 dezembro 2006

Sou tímida nesta Terra



Ontem mesmo me arranquei do sofá
Sem pensar, e debrucei-me na janela
Para ver a boiada .
.
Após o silêncio ouvi um grito
Supersônico e chiado,
Vindo do vento aveludado
Das escadas da Matriz.
.
Desta Terra não tiro nada
Mas mesmo assim, da escada
Vôo livre sem destino.
.
Por entre este meu caminho,
Correndo lento em desatino,
Pude amar e desamar
Torcer e aventurar .
.
E depois,
Voltar a me deitar.


06 dezembro 2006

Em dia de Algo

Em dia de Algo tudo é mais bonito,
Se transforma em paraíso
Deita-se em um sorriso
Mesmo não sendo nada disso.
.
A relva parece amarela
A flor fica magrela
O beijo se torna melado
Trato de fazer um agrado
Em dia de Algo.
.
Passeios infinitos
Tornam o dia mais nítido
Clareiam as fontes
Porque nascem flores
Em dia de Algo.
.
Algo que chama
Algo que escolhe
Feito uma aranha
Morta que encolhe.
.
(preciso fazer algo.....)

05 dezembro 2006

RE(início)

Como é reconfortante encontrar um grupo de idealistas cheios de vida e que impulsiona a soltarmos o que há de mais importante dentro de nós: a arte.
É, agora eu ainda sou herói e tento me concentrar nas pequenas coisas sem que isso me envolva nas maiores.
Bem, chega de lero-lero, o que eu mais quero é AMAR e PLANTAR!
Beijo pra vcs e espero visitas. Muitas!


03 dezembro 2006

Gosto

Gosto de imaginar você:
Você ao piano,
Trocando de roupa,
Penteando o cabelo,
Se olhando no espelho
E dizendo pra si:
"Cara, como você está careca!"
E depois ri.
Muito.
Com as mãos trêmulas
Vai tocar teclado
Abaixa a cabeça e mergulha,
Mexe as pernas, balança o pé,
Se sente incomodado não sei com quê.
Encostado na parede observa o palco
Tudo olha e com atenção
Critica as músicas, a letra e a canção,
Sai sem se despedir
Depois chama com carinho
Conversa um pouquinho
E sai novamente.
Volta e gargalha
Tão alto que até o vizinho
Já sabe quem é.
Faz um monte de coisas
Ao mesmo tempo que pensa
Por pouco não surta
Com a idéia absurda
De duvidar da sua crença.
Parece fanático,
E é fantástico
Esse seu jeito de ser:
Leve e desengonçado
Tímido e atrapalhado
Intelectual e bitolado
Lindo e mascarado
Feliz e arrasado
Um anjo,
no meu parecer.