02 agosto 2007

Eu quero, portanto eu faço

Por que tanta gente, apesar de estabelecer objetivos, não consegue dar o primeiro passo para concretizá-los?
Em grande parte, isso ocorre graças a uma das certezas mais arraigadas entre nós: a crença de que querer é poder.
Essa é uma idéia infantil. Basta olhar em volta e responder: será que milhões de pessoas miseráveis não querem muito ter ao menos uma pequena casa para abrigar a família? E óbvio que sim.
A afirmação querer é poder subentende um argumento perigoso: o de que nossos desejos têm, por si só, o poder de transformar o mundo. Levada às últimas conseqüências, essa idéia sugere que as realizações sejam construídas em um passe de mágica, como nos contos de fadas. O resultado disso é que as pessoas acabam investindo muita energia no plano do querer, a mesma energia que poderiam utilizar no plano do fazer.
Neste momento, estou empenhado em reescrever o livro Mistérios do coração. E tenho pensado muito nos motivos que levam tantas pessoas a estarem só e reclamarem tanto da situação. Ocorre que a maioria não consegue alguém para amar porque, em verdade, não coloca o amor como prioridade. Ainda hoje há mulheres que têm vergonha de mostrar seu interesse por um homem com medo de parecerem vulgares. Outras, na ânsia de se mostrarem decididas, continuam sem saber agir e acabam assustando seus pretendentes. Já os homens, ou se comportam como machistas que consultam a agenda, e não o coração, para escolher com quem vai se relacionar naquele momento; ou se retraem e ficam esperando que a mulher ideal caia no seu colo por obra do destino e do acaso, sem demonstrarem suas reais expectativas.
O querer, quando não está acompanhado pela determinação do fazer, gera apenas tensão. De nada vale desejar muito ter um parceiro, mas não fazer absolutamente nada além de querer. É preciso mais que querer para realizar. É preciso agir. Por exemplo, em vez de repetir “quero um namorado, quero um namorado, quero um namorado”, é muito mais produtivo dizer uma única vez “vou arrumar um namorado” e tratar logo de ir para a rua, encontrar amigos, conhecer pessoas, retomar contatos...
Para a carreira, vale a mesma perspectiva. Você se sente infeliz, sem a devida valorização da empresa. Então, avalia que a solução está em mudar de área ou até mesmo de emprego. “Preciso de um novo trabalho” vira um bordão em sua vida, uma idéia fixa. Ainda assim você não faz nada de prático para transformar a situação, além de desejar muito uma nova atividade profissional. As metas devem ser estabelecidas e atingidas, e não cultivadas e admiradas. De nada adianta imaginar como é ter algo sem sair do lugar. O melhor, portanto, é trocar o verbo. Em vez de “querer é poder”, diga apenas: “fazer é poder”. Esse é o verbo do verdadeiro vencedor. Os vencedores decidem, planejam e realizam. Eles partem para a ação. Você tem de entregar um trabalho em seu treinamento? Então, faça-o. Não perca tempo com perguntas inúteis: “Será que eu posso entregar mais tarde, será que eu entendi o que é para fazer?” O tempo que você gasta nisso fará falta mais adiante.
Aprenda a se concentrar no que está fazendo. Para sair do marasmo, da inércia, a melhor medida é manter concentração no aqui e agora. Agir como o jogador que entra para disputar uma final e quer sair dela com a vitória. E para tanto, fica dividido. Ele sabe o que precisa fazer e entra para dividir todas as bolas. Sua energia é desperdiçada quando você trabalha pensando nas férias e depois sai para o descanso pensando no trabalho. Concentrar esforços é fundamental.
Poder é ser dono de sua atenção.
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(Roberto Shinyashiki é escritor e conferencista - http://www.shinyashiki.com.br/)

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

demais esse texto.,., um tapa de luvas.,., rssss.,. beijo

agosto 05, 2007 12:18 da manhã

 
Blogger Unknown said...

A Dona Thaís nao vêm aqui ler seus textos? Só ler... nao precisa nem comentar... é isso...concordo com vc... Querer nao é poder se você nao FAZER por merecer!

Muito bom esse texto...

Você escreve livros? Ô meu Deus que responsabilidade! Cadê meu dicionário!!!! : )

rsrsr

Beijao

Ps: vou falar pra Thaís dar uma lida m u i t o atentamente aqui nesse texto!!!

setembro 04, 2007 11:18 da tarde

 
Blogger Unknown said...

Agora que eu vi... foi você que escreveu ou foi o Roberto?

Se foi ele eu postei como se fosse vc a autora....Bom desculpa para os dois... é que achei o texto tao simples e amigável... que fiquei um pouco empolgada!

Beijao

setembro 04, 2007 11:22 da tarde

 

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