Até um ano que ano seja

Mais que um ano que termina
Vem aí uma triste sina
Sem que ao menos poderia
Ficar sem você um dia.
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O que adianta fechar os olhos
Tentar ser feliz e rir
Voltar ao passado e partir
Se nada do que faz é conseguir.
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Ainda restam os pedaços
As tiras e fiapos
Para fazermos em retalhos
De nós mesmos descalços.
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Solidão que se atira
Na sua frente e te mira
Sem vergonha ou coragem
Para aliviar sua bagagem.
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Além do oceano e do mar
Cheio de peixes e cinismos
Com angústias e cantar
Buscando ser outro delirar.
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Olhos fechados em cegueira
Deixam-nos tontos em tonteira
Partidos em pensamentos
Consumidos pelos tempos.
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Ignorantes de nós mesmos
Fingidos em outros ventos
Cotados em frustrações
Experimentando soluções.
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Neste ano que se aproxima
Apresentando uma rotina
Em cenário de palhaços
.
Cortando nossos laços
Amadurecendo sem esforço
Enfraquecendo o pescoço
.
Vibrando pelas desgraças
Querendo ser mais sem graça
Optando pela utopia
Vivendo de fantasia
Sem ao menos saber
Que quem amou um dia
Não deixa transparecer.